quarta-feira, 21 de abril de 2010

..e ele fazia piada das luvas;

Eles estavam sentados lá na pracinha do bairro, fazia um frio gostoso, árduo, mas gostoso. O gostoso mesmo era estarem juntos, agarrados, sentindo a respiração quente. A luz era fraca, tipo cena de um filme, o vento soprando as últimas folhas secas, orvalho na grama castigada e a música que vinha de um dos casebres da rua debaixo. Era uma música triste, mas que cabia bem no momento, pois, era hora de ver o quanto significava aquilo na vida de ambos. Se olharam, sentiram o coração um do outro através das luvas e perceberam o que realmente cada um significava. E então, todo aquele espaço imposto pelas intrigas se resumiu num beijo intenso, quente e molhado, um abraço apertado, fazendo exalar e se misturar os perfumes que ambos usavam. E então, logo, o frio não significava muito. Apesar de intenso, a felicidade de estarem um na companhia do outro era o suficiente e ele fazia piada das luvas, um pouco maiores do que suas mãos. Nenhum tinha compromissos, responsabilidades ou horários. Tudo de que precisavam era de um lugar para se aquecer e conversar. E eles partiram.

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