segunda-feira, 17 de maio de 2010

...

Estava escuro, um breu só. Olfato e tato aguçados, as mãos corriam pelo corpo ao mesmo tempo em que o cheiro de tabaco e a bebida outrora derrubada nas roupas pairava pelo cômodo. Ficamos ali por um bom tempo e já era dia quando saímos. O sol já estava a pino.

domingo, 16 de maio de 2010

hoje..

Hoje senti um corpo, de verdade mesmo, senti cada parte, com minhas mãos toquei toda a pele, quente e afetiva. E foi tão diferente do frio que você me é. Acho que o passado bateu à porta.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

'Voltei'

Fiquei uns dias 'ausente', só postei palavras alheias, palavras belas que mereciam. Mas agora voltei, acho que encontrei um sentido, um novo caminho que não melancolia pra escrever. E que venham textos alegres.

"Eu não sei explicar, acho que é uma questão de amor." CFA




Uns ao saber vão me ter como louco, vão dizer que não dá certo, que é perda de tempo, que não vai consolidar e que um dia tudo vai cair no esquecimento. Mas não, acredito piamente em tudo o que me diz, acredito em cada palavra de afeto que leio, em cada palavra citada 'vejo' verdade em seus olhos, que são belos por sinal. Em cada foto sua que vejo, me imagino te abraçando, em cada musica que nos faz sentido te sinto. Sei que nada disso é loucura, que nada disso me vai ser momentâneo, pois, te quero, e, te querer é pouco para o que vou fazer pra te ter envolto em meu corpo um dia. E depois da nossa conversa de hoje, se me perguntassem o que eu quero da vida, responderia sem dúvida alguma: VOCÊ! te amo♥

terça-feira, 11 de maio de 2010

Eu me prometo a ti.


Burke: "Cristina, eu poderia prometer... tê-la ao meu lado e protegê-la. Eu posso prometer estar presente na saúde e na doença. Eu poderia dizer "até que a morte nos separe". Mas eu não vou. Esses votos são para casais otimistas. Aqueles cheios de esperanças. E eu não estou aqui, no dia do meu casamento, otimista ou cheio de esperança.

Eu não sou otimista. Eu não sou esperançoso. Eu sou certeiro. E sou seguro. E eu sei que eu sou um homem 'do coração'. Eu os pego em pedaços, coloco-os em seus lugares, eu o tenho em minhas mãos. Então disso, eu estou certo: você é a minha parceira, minha amante, minha melhor amiga. Meu coração... meu coração pulsa por você. E neste dia, no dia de nosso casamento, eu te prometo isso: eu te prometo deixar meu coração na palma de sua mão. Eu me prometo a ti."

Grey's Anatomy. 

Nós desistimos e tentamos aceitar.




Segundo Elizabeth Kubler Ross, quando estamos morrendo, ou sofremos uma perda catastrófica, passamos por 5 diferentes estágios de luto. Passamos pela negação, porque a perda é tão inconcebível que não acreditamos nela. Ficamos bravos com todo mundo, bravos com os sobreviventes, bravos com nós mesmos e então barganhamos. Nós imploramos, suplicamos, oferecemos tudo que temos, oferecemos nossas almas em troca de apenas mais um dia. Quando a barganha falha e a raiva é demais para persistir, ficamos deprimidos, desesperados... até que finalmente aceitamos que foi feito todo o possível. Nós desistimos. Nós desistimos e tentamos aceitar.

Grey's Anatomy.

domingo, 9 de maio de 2010

Sentir é estar distraído.


"Uma vez amei, julguei que me amariam

Mas não fui amado. 
Não fui amado pela única grande razão — Porque não tinha que ser. 
Consolei-me voltando ao sol e à chuva
E sentando-me outra vez à porta de casa.
Os campos, afinal, não são tão verdes para os que são amados
Como para os que o não são. 
Sentir é estar distraído."

Fernando Pessoa

E quando eu estiver
Triste
Simplesmente
Me abrace ♪

"Amanhã fico triste… amanhã!
Hoje não… Hoje fico alegre!
E todos os dias, por mais amargos que sejam, eu digo:
Amanhã fico triste, hoje não…"

- Poema encontrado na parede de um dos dormitórios de crianças do campo de extermínio nazista de Auschwitz.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

I Will Always Love You 


If I should stay
I would only be in your way.
So I'll go but I know
I'll think of you
Every step of the way.

And I will always love you.
I will always love you.

You,
My Darling you..
Bitter sweet memories,
That is all I'm taking with me.
so goodbye, please don't cry.
We both know I'm not what you, you need.

and I will always love you.
I will always love you.

I hope life treats you kind
And I hope you'll have
All you dreamed of.
and I do wish you joy
And happiness.
But above all this, I wish you love.

And I will always love you.
I will always love you
I will always love you....



- Whitney Houston .







Mais que mil palavras, ... de 0 a 20: TUDO

terça-feira, 4 de maio de 2010

Acordei.
Como sempre com dor na cabeça e uma ânsia insuportável. Deve ser porque deitei com fome, é válido pensar em emagrecer. Acordei meio depressivo também, carente. E como sempre, Teresa me deixa no vácuo, ela é a unica que procuro para conversar e ela demora 'séculos' para uma resposta pouco elaborada no msn. Tudo bem, ela deve ter coisas mais importantes, afazeres.


rico diz:
meu blog tah muito podre?
         -      Isis         diz:
não pq?
rico diz:
acredito até que vc nem tenha visto ele
mas tah
HUAHEUAHEUA
         -      Isis         diz:
¬¬
eu vejo seu brógui ;B

HAHAHAHAAHAHAHAAHAAHAHAHAHA

Olha a carência gente.
Enfim, vou pra um banho bem quente e longo, depois tentar interagir pessoalmente.

                                                       -  beijos e queijos!
Hoje estranhamente me senti dentro da minha família, senti um afeto por parte dos meus pais, irmão e sobrinha. Não que eles sejam frios, mas hoje estava diferente. Na maioria das vezes eu quem me afasto, hoje me permiti e gostei. Acho que devo provar mais disso, faz um bem danado.

Acho que já é hora de deitar, meus olhos pesam...

06:03

Ouço a mesma música de sempre porque é ela que me inspira. Eu penso em tudo que existe para atrapalhar e sinto uma dor muito forte no estômago ao mesmo tempo em que me seguro para não chorar. Meus olhos ficam vermelhos e perguntam se tenho febre. Penso mais uma vez em todas as doenças que penso todos os dias, já virou hábito. Um péssimo hábito contra o qual eu me debato diariamente. Apaguei metade deste texto por causa dele. Soluço e estalo os dedos das mãos. Não saem da minha cabeça as palavras que você vomitou sem pensar. É, todo mundo esquece de pensar antes de abrir a boca.

Merda.

...

Hoje é um daqueles dias em que eu só queria ficar quietinho no meu canto. Só queria ficar aqui com os meus fones e as minhas músicas. Sabe quando você está até com cara de poucos amigos?

Desapego.

Não vou mais falar sobre amor ou desamor aqui, talvez eu fale, mas garanto que não vou ser o protagonista da história.
Vou falar sobre coisas boas agora, não que eu ter te amado tenha sido ruim, mas é que, doeu muito.

'tuuuu, 'tuuuu, 'tuuuu, ...

- Alô!
- Ei, vamos sair?
- Claro, onde vamos?
- Onde venda doses de desapego, aos montes e barato!

Rascunho.

Simplesmente acham que enlouqueci, que me drogo ou passo a maior parte do meu dia viajando.
Mas ninguém sabe que eu só preciso é de uns momentos só, pensando sobre mim, comigo.
Quero paz, me deixem ao menos algumas horas vagar num mundo só meu, me deixem.



Besteiras não cometo, acredite. 
- Te pego uma coca e você me acende um cigarro. 


Bom assim.


E eu que nem fumo, estranhamente aceitei aquela fumaça fétida só para relembrar nosso primeiro dia juntos, ou noite. Aquela fumaça toda, aquela musica muito alta e nós dois fumando, detalhe que nem você fuma. E no meio daquelas luzes, nós dois fazendo malandrices com a banda. Ri muito e o resto foi perfeito. A última noite perfeita. 


- sua coca.
- obrigado, seu cigarro. 

- apague.



segunda-feira, 3 de maio de 2010

só penso, fico triste e penso ...

Estive pensando, talvez bobeiras, mas, imagino você, sem mim, você pode estar com qualquer um, em qualquer lugar, encostando seus lábios em outros, apenas por desejo, não por amor. E eu já não choro mais por isso, já não tenho aquela sensação de perda, só penso, fico triste e penso.

Essa noite eu sonhei que o tempo passava rápido.

Por um ano tivemos uma história de amor. Uma história da qual só nós sabíamos. Ou só eu sabia. Era a mais contraditória de que já se teve notícia. Algo que jamais poderia ser chamado de amor. Um amor sem "eu te amo". Sem declarações. Sem andar de mãos dadas. Um amor sem nome. Um amor de uma noite só - que, na verdade, foram só algumas horas. Um amor que suportou outras pessoas. Que se tornou mudo ao enfrentar um terceiro e que voltou com todas as forças. Um amor cheio de inseguranças e de poucas palavras. Um amor cheio de músicas e fotos que ninguém mais entendia. Um amor cheio de sensações, de cumplicidade e de muita, muita birra. Essa noite eu sonhei que o tempo passava rápido e que já havia chegado o final do ano. Quando me dei conta disso, automaticamente comecei a contar há quanto tempo estava sem você. Logo em seguida, acordei. E, cadê o amor? 

segunda-feira, 26 de abril de 2010

As pessoas apenas olham, não sentem realmente o que é (...)

Estávamos falando da emoção de cada coisa, de como era sentir e não somente olhar. ela citou o exemplo que dias antes havia vivido; passava em frente ao zoológico e viu um muro, depois a jaula e o leão dentro dela, como era irreal imaginar aquilo, um muro, uma jaula e um leão, apenas um muro e uma jaula a separava do rei da selva, apenas duas coisas engaiolavam o leão. As pessoas apenas olham, não sentem realmente o que é, não percebem a grandiosidade das coisas que nos cercam. Tente se ver, já parou pra pensar, já olhou para seu corpo, seus membros se movendo, mas tente fazer isso com a emoção, sem colocar física, química, anatomia ou qualquer outro tipo de estudo, tente ver com a emoção, e então você percebe o quão absurdo é, o quão estranho é, ver tudo se mexer, não é grandioso? Um avião no ar, aquele gigante de metal voando, não é absurdo? um morto no cemitério, um gato atropelado, um humano esfaqueado, um tapa na cara, um soluço, um espirro, a chuva, o sol lá longe e mesmo assim o calor aqui perto e tantas outras coisas. Estou falando sobre a constante frieza que o ser humano passou a viver, sobre ser mecânico, sobre passar por coisas realmente belas, coisas realmente que deveriam ser vistas por outro ângulo, mas que são apenas ignoradas por um olhar pouco crítico e frio. Portanto, aos olhos de quem sente, para quem tem emoção, não é apenas o muro, a grade e o leão!

Deitei de manhã, me achando a pessoa mais feliz do mundo.

Recebi uma mensagem tão linda ontem à noite, não tinha nome nem nada, veio avulsa na minha caixa de correio.  As palavras eram simples, escritas à mão com caneta colorida, tinha apenas três palavras, mas eram três excelentes palavras, tanto é que me fizeram apertar os olhos cheios de lágrimas, de alegria, claro. Eu li, reli e não me cansava, sabe, entrava na alma, eram tão belas, tão fortes e tão verdadeiras. Passei horas a fio nessa madrugada tentando descobrir quem mandara tal mensagem e porque motivo não se identificara. Não cheguei a conclusão alguma, o que não me deixou triste, as palavras me confortavam. Guardei aquele minúsculo papel dentro da minha agenda, quando fechei as páginas, notei com o ar da batida um leve perfume, logo me lembrei da fragrância, aquela fragrância que você só dizia usar quando estava comigo. E como era bom o perfume. Não foi realmente necessário teu nome, aquele seu perfume é tudo. Peguei o papel de novo, li mais uma vez e senti a maior alegria do mundo. Você ainda não me esquecera, e, por mais que as tais palavras tenham se tornado clichê hoje em dia, que o tal 'eu te amo' tenha se tornado banal, vi um significado tão diferente com sua caligrafia, era notável a verdade das palavras. Deitei de manhã, me achando a pessoa mais feliz do mundo.

Dedicatória: para meu amigo tão inconstante e irremediável, Jonn. (palavras e eventos fictícios)

domingo, 25 de abril de 2010

(...)vou deixar isso para amanhã, porque hoje estou cansado (...)

E amanhã eu vou surtar, amanhã eu quero gritar para o mundo, deixar bem claro o que penso. Vou mudar, não vou mais ser esse bobo, tolo que vai em tudo o que falam ou é submisso aos que se acham donos do poder; Não, não vou ligar para o que vão falar, não mesmo, vou simplesmente ser eu. Eu que bebo, eu que choro, eu que nem sei quem sou eu. E as páginas vão rolando, deixando expressa a minha bipolaridade, meus incostantes surtos de identidade, de revolta com a sociedade, vergonha e até mesmo falta de nudez. Amanhã vou sair nú pelas ruas, vou me despir dessa fantasia maluca que vesti a tempos, que me deixa pouco contente e me faz ficar com um pouco mais de idade, na aparência claro. Mas certo, vou deixar isso para amanhã, porque hoje estou cansado, tenho febre e ainda choro aquele amor, aquele ainda ... aquele.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

..e ele fazia piada das luvas;

Eles estavam sentados lá na pracinha do bairro, fazia um frio gostoso, árduo, mas gostoso. O gostoso mesmo era estarem juntos, agarrados, sentindo a respiração quente. A luz era fraca, tipo cena de um filme, o vento soprando as últimas folhas secas, orvalho na grama castigada e a música que vinha de um dos casebres da rua debaixo. Era uma música triste, mas que cabia bem no momento, pois, era hora de ver o quanto significava aquilo na vida de ambos. Se olharam, sentiram o coração um do outro através das luvas e perceberam o que realmente cada um significava. E então, todo aquele espaço imposto pelas intrigas se resumiu num beijo intenso, quente e molhado, um abraço apertado, fazendo exalar e se misturar os perfumes que ambos usavam. E então, logo, o frio não significava muito. Apesar de intenso, a felicidade de estarem um na companhia do outro era o suficiente e ele fazia piada das luvas, um pouco maiores do que suas mãos. Nenhum tinha compromissos, responsabilidades ou horários. Tudo de que precisavam era de um lugar para se aquecer e conversar. E eles partiram.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

A estória acabou, ela dormiu e sonhou ...




Eu contava a estória e a garotinha olhava fixamente para as paginas do livro, estava eu na parte em que o girassol morria, que o céu sumia e as estrelas dormiam. Ela então passou a me olhar atentamente, me olhava nos olhos, fundo, procurando verdade. E eu via em seus olhinhos esbugalhados as figuras que eu contava, ela imaginava e eu contava. A estória acabou, ela dormiu e sonhou, acordou e o céu azul ...

segunda-feira, 5 de abril de 2010

(...) o que me era mais importante por hora, ser eu.

Era simples como uma pipoca estourando na panela, agora, tire a tampa da panela. Explode tudo e queima, pois é, ele era assim. Todavia um desejo ardente, gostava desse tipo de 'queimar', mas eu queria apenas um pouco de afeto. Então, resolvi contar os pingos, os óleos que espirravam e me deixavam zombeteiro, mal terminei de contar e já estava todo queimado novamente. Tampei a panela, não queria mesmo aquela vida, queria é varrer para longe as sujeiras e sair para longe do fogo. Fugi para a cachoeira mais próxima, e olhem, lá estava o tal a me esperar. Não hesitei, tratei logo de jogar na correnteza, por sinal a última vez. Mudei de ares, mudei de corpo, troquei a alma e tratei logo de ser eu, o que me era mais importante por hora, ser eu.

Te amo, mas agora eu também me amo.

Eu já estava cansado, estava cheio de choros e melancolias. Já nem havia mais travesseiros para tantas lágrimas, então eu disse chega e chegou, já nem sofro mais de amor. Resolvi canalizar aquela paixão intensa pra outro tipo de sentimento, não que seja agora uma simples amizade, é amor demais ainda, mas não num sentido propício para um relacionamento intenso, pois, já nem era mais esperança isso. Agora, te sinto perto, quero sentir sua presença, mas apenas pra dizer um bom dia, oi, saudade e contar os atrasos e convéns da vida. Outro dia me peguei pensando se isso seria adianto ou apenas ilusão, então, buscando a essência de tudo o que passamos até hoje, não vi nada além de amizade, nada além de afeto, carinho e um tchau por detrás. Agora estou mais feliz, me sinto um pouco mais aberto a procurar algo além, algo que realmente me satisfaça, mas não alguém te substitua, apenas alguém que me complete e que te deixe onde você sempre esteve no meu coração. Podem até achar loucura isso que vou dizer agora, mas você é o amor da minha vida, mas o amor canalizado pra um local onde haja eloquência e exatidão, sem sombras de duvida e erro, sem nêuras ou enervações, apenas você ai, eu aqui, felizes e inteiros, sem partes quebradas e choros de partir a alma. Enfim, te amo, e me amo agora.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Meio

Estamos juntos, estamos separados, estamos na metade do que chamam relacionamento. Eu não me entrego totalmente a você e só tenho uma metade sua. Talvez seja por isso que nos damos tão bem, pois, são cada momentos bons com você, cada sorriso sem medo e cada conversa sem fim. E acredito que se nos doarmos por inteiro não vá ser tão bom assim. Só sei que cada momento com você é ótimo, podem ser instáveis, mas ao menos estou tendo momentos. Momentos meus? seus? que seja só meio meu, que seja só meio seu, mas eu gosto tanto dessa sua metade minha.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Perfeito

Não dá para prever qual é seu melhor dia, quando você vai poder dizer: 'amanhã será um dia excelente', não, não mesmo. Os melhores dias vem com o inesperado, quando você não planeja nada e chega ao fim do dia com a sensação de plenitude. Você pode acordar, ir para suas rotinas, mas no meio do caminho encontrar sua alma gêmea, o amor da sua vida, reencontrar um amigo que não vê a tempos, ou até mesmo, simplesmente sentir uma brisa gelada num dia quente de verão. Então ai vai uma dica: não planeje dias perfeitos, não coloque sua vida numa agenda para seguir a risca, fuja do tradicional, invente novos caminhos, vá por onde nunca passou e talvez lá esteja o seu dia perfeito, e com esse dia perfeito você pode ser feliz a vida toda.

Copo cheio só pela metade

Há algo a ser dito sobre um copo cheio só pela metade. Sobre saber quando dizer 'basta'. Acho que é um limite controlável. Um barômetro da necessidade e do desejo. Isso compete a cada um e depende do que esteja sendo servido. Às vezes tudo que queremos é um gole. Outras vezes, nada é suficiente. O copo não tem fundo. E tudo que queremos é mais, mas esse mais seria suficiente? teria vantagens ou é algo apenas para uma satisfação momentânea, onde os desejos reprimem a razão? Entretanto podemos nos divertir apenas com o que nos é dado, não digo migalhas, mas algo pequeno que nos satisfaça plenamente. Todavia entre tais desejos é o amor, quando amamos queremos a pessoa, queremos ela por inteiro, queremos tudo o que ela nos oferece e mais. Mas, e quando nada nos oferece?  o que fazer se apenas no servem um gole? São perguntas sem respostas óbvias e só cabe a cada um entender. Eu acabei entendendo, sempre tive um grande amor, sempre cultuei uma pessoa, mas essa pessoa não podia servir a mim nada além de uma amizade, nada além de um oi no inicio e um boa noite no final. Claro que há algum tipo de sentimento, não o mesmo que eu, mas percebi que algumas vezes tenha dito um 'eu te amo' enevoado, dificil de entender, mas disse. Acabei me acostumando com o oferecido, percebi que isso também poderia ter vantagem. Um copo sem fundo ou só pela metade, eu conserto ou completo e tudo fica bem.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010


I WILL           John Lennon - Paul McCartney
Who knows how long I've loved you,
You know I love you still,
Will I wait a lonely lifetime,
If you want me to I will.

For if I ever saw you,
I didn't catch your name,
But it never really mattered,
I will always feel the same.

Love you forever and forever,
Love you with all my heart;
Love you whenever we're together,
Love you when we're apart.

And when at last I find you,
Your song will fill the air,
Sing it loud so I can hear you,
Make it easy to be near you,
For the things you do endear you to me,
oh, you know I will.
I will.
 
FAREI TUDO           Tradução: Carlos Drummond de Andrade
Desde sempre te amei
e bem sabes que ainda te amo.
Devo esperar toda a vida?
Se quiseres — esperarei.

Se alguma vez te vi
nem sequer teu nome escutei.
Mas isso não faz diferença:
sempre a mesma coisa sentirei.

Eu te amarei por todo o sempre, sempre,
desde a raiz do meu coração
e te amarei quando estivermos juntos
e te amarei na solidão.

Quando finalmente te encontrar
tua canção envolverá o espaço.
Canta bem alto, para eu escutar.
Tudo farei para te dar o braço
pois tudo em ti me prende a mim.
Bem sabes que farei tudo
tudo farei.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Não mais

Chegará o dia em que não vou mais sofrer, não vou mais procurar impiedosamente motivos pra me fazer chorar. Eu vou te olhar, te admirar, mas não vou chorar, não vou ver em você um único motivo pra viver. Quero que esse dia chegue logo, quero poder respirar, me sentir, ser capaz de acordar, pensar em mim e não em você. Enquanto esse dia não chega, vou me contentando com as migalhas que me oferece, vou me contentando com o pouco que me deixa realmente feliz. mas eu sei que quando a última lágrima cair, perceberei que ainda haverá tempo, que eu poderei me refazer e sair a procura de um novo alguém, alguém inteiro e que me complete.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Enquanto

Enquanto talvez o mundo rode lá fora, eu fico aqui no meu quarto vendo o tele jornal, enquanto talvez pessoas transem ou se esbofeteiam, eu fico aqui no meu quarto escuro pensando em você. E nesse pensar em você, eu viajo pra tão longe, mas é o mesmo tempo eu que eu vou ali e abro a janela pra entrar uma brisa fresca. E o mundo girando lá fora me faz lembrar mais ainda em você, ou no que está fazendo, com quem está falando esse tempo todo em que eu poderia estar sussurrando em seu ouvido que te amo. Ah, eu te amo sim, te amo tanto que já nem sei o quanto. Todas as vezes que falo que não te amo é mentira, pode não acreditar em mim, é realmente mentira, mas só a parte em que digo que não te amo, sério. Então dá pra perceber isso logo e vir correndo pra eu te abraçar bem forte até perder o fôlego e eu devolve-lo à você com um longo e feliz beijo? Sabe, agora, nesse exato momento, o sono chegou, e eu vou dormir e sonhar com você.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Amantes

O local era quente, luz baixa, nenhum som. E os braços se entrelaçaram, um suave sussurro, um suspiro de prazer e olhos marcantes. Nada poderia romper o silêncio, a não ser o suave som das bocas que se encostavam calmamente. As carícias se tornavam ofegantes, os toques que percorriam os corpos provocavam calafrios, a pele, uma diferente da outra, provocava um certo atrito eloqüente, envolvente, provocador. O silêncio já não mais importava, o calor da noite já nem era sentido, apenas o que se via eram dois corpos, um se debatendo contra o outro na sombra daquela arvore ao sul da cidade. Era um debate de alma, um debate de amor, era uma batalha de prazer, ambos jorrando tudo o que tinha de melhor e melódico contra o outro. Não tinha nada ali que pudesse faze-los parar, nada faria com que eles deixassem de se amar. Os beijos eram fortes, os toques suaves e uma ânsia de explodir em prazer. Logo amanheceria e a luz do sol revelaria a nudez dos dois. Era intrínseco as carícias e beijos, foi estrondoso o estremecer do fim, eles se amaram, se foram e o sol já havia nascido.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Para o grande amor da minha vida.

Eu descobri que quase tudo que já escreveram sobre o amor é verdade, Shakespeare disse: “encontro de amor é jornada finda”. Ah que idéia fabulosa, eu mesmo nunca vivenciei uma coisa parecida, embora acredite que Shakespeare tenha vivido. Eu acho que penso no amor mais que deveria, fico sempre perplexo com o enorme poder que ele tem de modificar e definir nossas vidas. E foi assim quando conheci você, sorrateiramente você entrou na minha vida e nunca mais saiu, ao menos figurativamente falando. Embora eu tenha a idéia fixa de você ser quem eu sempre esperei, foram tantos altos e baixos que em momentos acabei duvidando disso, passei por fases tão difíceis, chorei muito, tentei encontrar você em outras pessoas, mas foi tudo em vão. E ai de maneira inexplicável, o amor começa a murchar, parece que a chama se apaga, é aquele tipo de amor, o tipo mais cruel, o amor não correspondido. Passaram dias, meses, um ano, e eu percebi que nada se acabou e ainda continuo aqui, te amando como nunca. Sabe quando você reserva uma parte do seu dia para se dedicar a isso, eu paro, coloco aquela musica, me deito e te imagino, vejo seu sorriso, posso até ouvir tua voz. A musica repete tantas vezes, deixo a passar, enquanto algumas lágrimas caem rolando pelo meu rosto até chegar no canto da boca que expressa um sorriso de admiração. Shakespeare também disse: “Lutar pelo amor é bom, mas alcançá-lo sem luta é melhor ainda”. Eu não sei se desisti de lutar pelo seu amor, não sei nem se um dia eu lutei, talvez por saber que não sou quem você espera, por você ser bom demais para mim, mas, mesmo eu sabendo de tudo isso, eu continuo te amando, e, o que é incrível, cada dia mais intensamente. Eu me contenho todos os dias para não te atormentar pelo msn, ou te ligar, porque te ligar e ouvir tua voz é a coisa mais gratificante que me existe. Você pode até achar loucura da minha parte, escrever tudo isso, pode me achar ridículo, medonho, mas só escrevo o que sinto, só escrevo o meu amor por você, e, Shakespeare também disse: “ O amor é cego”. Assim eu vou vivendo meus dias, esperando que algo mude, que algo aconteça e que tudo acabe bem, mesmo que cada um em seu mundo, cada um com sua vida. Mas se um dia, por azar do destino, deixemos de nos falar, quero que saiba agora que você foi e sempre será o grande amor da minha vida, a pessoa mais especial, a pessoa que eu tenho no coração em maior espaço. Enquanto nada acontece, eu vou tentar entender que, a maioria das histórias de amor acontecem com pessoas que se apaixonam umas pelas outras, mas e no meu caso?  E a minha história? Eu que me apaixonei sozinho? Eu que sou vitima de uma relação de mão única? Pois é, não há quem me explique isso. Não estou dizendo que você seja culpado, que você, além de ser quem você é, apaixonante, tenha algo a ver com esse meu amor imenso. Só peço que tenha paciência, que me tolere em minhas nêuras, e que me deixe te amar, só te peço isso, me deixe te amar enquanto ainda me resta fôlego para por ti suspirar. Eu te amo!


sábado, 6 de fevereiro de 2010

Mudar

Eu tento fugir do inevitável, tento escapar por entre palavras lúdicas, penso ser mais fácil assim. E nesse engano fatal eu me machuco, faço feridas tão grandes que nada cura depois. Mas eu pretendo mudar, vou começar a pensar que o que tem que ser será, o que é para acontecer vai acontecer, se é pra existir amor, vai existir. Não vou mais pensar que a vida está sendo injusta comigo, vou pensar que ela está apenas deixando as marcas que me é merecida. Por hora tenho algumas válvulas de escape, tenho ombros para chorar, vozes e abraços para me acalentar. Não haverá mais lágrimas, não haverá mais ressentimentos ou intolerâncias de minha parte, vai haver compreensão, melodia, luzes, palavras estáticas. É nostálgico, as vezes me pego pensando, relembrando cenas, relembrando palavras e tudo me fala tão suave, tão calmo para tantas lamúrias. E essa dramaturgia toda de minha parte para que? confesso que outrora te culpava, te odiava por não me amar, mas agora compreendo que assim como eu te amo tanto e não ser minha culpa, é o mesmo que o teu inverso e que talvez um dia um de nós mudemos. Portanto, sejamos sinceros um com o outro, façamos tudo claro, transparente, para que nossa amizade perdure e seja sadia. Mas de todo o passado estrondoso, de todo aquele tempo em que eu era um medíocre sentimental e chorão, só vou guardar uma coisa, só vou continuar dizendo uma coisa: Eu te amo, te amo de mais mesmo, com muito afeto, com muito amor e acredito que pra sempre!

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Amar o perdido


Amar o perdido deixa confundido este coração. Nada pode o olvido contra o sem sentido apelo do não. As coisas tangíveis tornam-se insensíveis à palma da mão. Mas as coisas findas, muito mais que lindas, estas ficarão.     
(Carlos Drummond de Andrade)

domingo, 31 de janeiro de 2010

Gravidez

Estou prenho, me embucharam de loucuras. Sabe aquela gravidez estranha, tão estranha na cabeça? Me fazem ver cores inexistentes, pássaros mortos na janela, corvos voando dentro do mar. Loucuras, gravidez, solavancos e distúrbios. Me vejo voando por entre árvores, depois eu caio em cima de um monte e ele se torna um pico. O pico desaparece e eu estou novamente no chão. Engravidei, não sei de quem e nem onde, me fizeram pai. Não, não posso permitir essa ofensa pro resto da vida, vou abortar. Cuspi para fora as futilidades, cuspi para fora toda essa loucura, realmente abortei. E agora, agora me sinto vazio, nada.

Dez, minutos.

Vou andar por ai, vou dar uns dez minutos de tempo, vou enrolar. Ver se o tempo passa, se passar dez minutos, ótimo, vou fingir esse tempo. E nesse fingimento vou te colocar em altar, vou faze-lo Deus. Deus? não, muito, alguém importante talvez, alguém que eu amo. Mas te amar se tornou tão fútil, tão sem sal nem açúcar, porque não houve resultado nisso, a não ser o velho sofrimento, a amargura. Dez minutos se passaram e nada, nada de mudanças. Vou dar mais dez minutos para mim, dez minutos de silêncio, dez minutos mortais. E no mortal não volto mais, fui pra outro plano, vou pra outro alguém. Adeus. Dez minutos ...

Tentação

Sabe aquela corda ali? é tentadora, aqueles remédios também, aquele carro passando na rua com rodas e um peso imenso, tudo tentação. Aquela faca, aquele fogo, aquele veneno, tentação. Nada mais que tentação. Eu nessa vida, eu na sua vida, fétido, enxofre. E a tentação continua, olha aquela ponte, aquele precipício, tentador não? pulo, me afogo, me mato? Não, acho que não, a depressão é grande, a tristeza imensa, o coração dói, mas nada tão grande quanto a ânsia de viver, viver mais uns anos e quem sabe te esquecer!

Madalena

Madalena chorando me corta o coração, ora pois, deixa de drama Madalena, ao menos tens um nome e uma alma a zelar. Me deixa chorar, Madalena sou, até que provem o contrário, mas a alma está ferida, sem zelo, sem cor. Ora pois Madalena, deixa-me te amar, deixa-me te colorir em vez desse preto e branco que traz na vida. Eu não sei se devo, não sei se posso ser amada, angustia me fala mais alto, tenho medo do desconhecido. Madalena, Madalena, não eras assim anos atrás, não tinhas tantas duvidas, tantas desconfianças. Minha vida mudou, sou Madalena, mas Madalena com rancor, quem fez foi a vida, a dor. Mas Madalena, quem és agora? . Madalena meu amor, apenas Madalena, Madalena que se vai, Madalena que se foi. Adeus Madalena, adeus.

Clichê 2

Eu sei, eu sei, o eterno clichê 'isso passa'. Passa sim, e, quando passar, algo muito mais triste vai acontecer: Eu não vou mais te amar.
E eu colecionava vida pra te encher dela depois.Agora encho quem ou o que?O que eu faço com a vida?O que eu faço com a graça da vida?
E tudo bem, não é você, nunca foi, mas escuta a maluquice: é que nada disso impede que eu sinta um amor absurdo por você.

Relapso

Eu tive um namoro estável, complicado e ao mesmo tempo perfeito, mas tudo acaba um dia, isso é fato; e acabou mesmo. E aí que você percebe que existem outras perspectivas, que ninguém é insubstituível e que pessoas interessantes sempre cruzarão seu caminho, seja uma em um milhão ou seja uma a cada esquina, sentimentos vivem em mudanças, filas andam e o mundo gira!


- Isis Manara 

sábado, 30 de janeiro de 2010

Clichê

E por mais que seja clichê e mil pessoas já tenham repetido as mesmas palavras que eu, saiba que você é tudo aquilo que necessito para viver. Você é o que me faz sorrir, o que me faz forte. 
O brilho que encontrei em seus olhos foi o que me deu forças para seguir. O brilho que ofuscou todo o resto. O brilho que me fez estremecer.
Tudo em você me faz bem. Seu sorriso, suas palavras, seu jeito, tudo em você, tudo. Tudo em você me faz perder o ar. Tudo em você faz meu coração conseguir bater até três mil vezes por segundo. Parece algo impossível, mas não é quando se trata do sentimento mais belo do qual falo. O que sinto por você, algo que nem sei como dizer. Não sei como explicar, pois as belas palavras fogem ao meu encontro.
Como disse antes, pode ser algo clichê, mas é verdade. Procurei algo mais forte e bonito para falar, mas não achei. Por isso vai um eu te amo mesmo, né?
Amor. Amor mesmo. Amor que não se sabe onde começa e nem onde termina. Só se ama.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Clarice Lispector

Escrevo por não ter nada a fazer no mundo: sobrei e não há lugar para mim na terra dos homens. Escrevo porque sou um desesperado e estou cansado, não suporto mais a rotina de me ser e se não fosse sempre a novidade que é escrever, eu me morreria simbolicamente todos os dias.

sempre

Eu não vou mais dizer que te amo, não vou mais suplicar por nada, vou deixar o vento soprar minhas doces palavras em teu ouvido, deixar que te levem o som que balbucio, aquele eu te amo sofrido, um sou apaixonado por você com sangue que todo esse tempo me vem tirando. Vou deixar você me perceber, deixar você ver que ninguém no mundo vai te amar como eu te amo, com tanto afeto, com tanto açúcar, com tanto amor. Se um dia me ver, só observar, verá que não minto, que eu te amo diferente, com mais intensidade, com mais dor. Aquela musica, faço questão de ouvi-la todo dia, derramo tanta lágrima lembrando quando à ouvi-mos juntos, e eu ainda te amo. Vou te amar para sempre acredito, já fiz mil juras de ódio, já te falei que não o amo, puras mentiras, falsidade que trago, ilusão. Você é tudo para mim, meu dia feliz, minha alma triste, meu ultimo fôlego e desespero, meu aperto no peito, minha doce ilusão de felicidade. E digo mais, podem se passar anos, mas eu sempre vou te amar, mesmo você nem ligando pra isso!

domingo, 24 de janeiro de 2010

Amarelo com rosa queimado entre outras cores

Ele não tinha uma capacidade normal, ele apenas observava, olhava para o mundo como se fosse um rato fugindo do seu agressor, era tudo muito parado, tudo muito igual. Então naquele dia frio e cinzento, ele colocou sua calça amarela e seu agasalho rosa queimado, pois ele queria dar mais cores as pessoas, embora não fosse uma combinação realmente amistosa. Ele saiu porta afora, com o mesmo olhar parado, mas com algo diferente que os outros dias em que apenas ia a padaria com seu velho suéter azul e seu jeans pouco surrado, pois, todos o olhavam, era um brilho diferente no olhar, pescoços viravam para olhar e alguns até cochichavam entre si. O garoto imaginou que sua diferença estava ofuscada pelas cores, seu autismo estava confuso entre o rosa e o amarelo, não conseguiam mais vê-lo. No dia seguinte vestiu um suéter roxo, calça vermelha e sapatos pretos, e desceu a avenida, sorrindo, feliz, ninguém mais o olhava, ninguém mais percebia sua incapacidade de interagir, e ele desceu contente, sorrindo e entusiasmado. E foi assim sucessivamente, cores, alegria, e uma rapaz crescendo, sempre descendo a mesma avenida, mas quando chegava na travessa, ele sempre tomava um caminho diferente, agora, com uma camiseta azul anil, uma calça branca com tênis vermelhos, o sol brilhava forte, e ele ia pela Pett Adam's, vento no rosto, curado.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Não te peço nada mais

Eu não peço nada que não possam me dar, não peço riqueza, não peço escândalos, não peço nada surreal. Só peço clareza, simplicidade, só queria seu amor. E onde já se viu eu me apaixonar, eu que nasci para ser livre e feliz, agora morro de amores e meu coração enjaulado clama por alguém. Me deixa fugir, me jogue as tranças Rapunzel. Eu não peço nada mais, além do que se pode dar, não peço nada tão estranho que alguém possa invejar, só quero seu amor. Ah, amor de dor, ah, calor sem cor, que diria eu se te visse agora, além do simbólico eu te amo seguido de mil abraços apertados, mesmo em incógnitas. Quem me salva desse afogamento? quem me tira desse sofrimento, essa chama que me queima e me deixa cada vez mais em carne viva. Como se reclamar resolvesse essa revolta, então findo em tempos que a solidão falou mais alto, morro por ti.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Morro

Você me teve nas mãos, mas me amassou como um rascunho e me jogou no lixo próximo a tua mesa. Você me fez ver algo bom, algo que eu não sabia existir e no momento seguinte me deixou sem chão, sem alma. Eu só queria que você não me fizesse rir, queria que me deixasse te esquecer, queria poder não existir em sua presença. E quando peço isso balbucio palavras ásperas, me desprezo, me faço um lixo, porque te glorifico, te faço um Deus. Em meados de novembro tudo ficou mais nítido, mas óbvio, mas fétido, ficou claro que não sou bom o suficiente para reverter a situação. Então, apenas escrevo, escrevo esperando pelo meu momento final, por meu último suspiro, por minha ultima lágrima. Morro por você.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Duas da manhã

Duas da manhã, e eu ainda acordado escrevendo, se eu puser tudo o que sinto aqui, não estará mais dentro de mim ameaçando a vida a qual pertenço, me sinto nú diante da multidão, porque essas palavras são meu diário gritando bem alto e eu sei que você vai usá-las como quiser. Entretanto, posso me expressar aqui e nem ao menos me notarem, como tem sido até hoje, erro propositalmente tentando chamar atenção, mas não, estão ocupados demais se amando ou talvez apenas saboreando um bolo de chocolate. Vou até a janela, olho pra rua deserta, nem ao menos um carro para iluminar aquela poça de água para eu poder me ver refletido nela, bobagem, pois não tenho imagem. Não tenho estado sóbrio desde o verão passado, quando resolvi ter alguém em meu coração, sofro, me acabo em lágrimas desde então. Mas você não vai querer saber disso, sou eu e meu texto, duas da manhã e não estou nada sóbrio.

Um faz de conta que acontece

Estou brincando de faz de conta faz tempo, desde quando completei seis ou sete anos, foi sempre assim, faz de conta que estou feliz, faz de conta que alguém me ama, faz de conta que não está chovendo. E nesse faz de conta, tem coisas que acontece, espantoso isso não é? Veja bem, no quesito feliz, tenho amizades, amar, minha mãe me ama, e não está chovendo hoje. Loucuras e loucuras, quem me dera lucidez, e eu que dou risada de qualquer coisa, me passo como louco. Louco, loucura, sinônimos e eu continuo no meu faz de conta, faz de conta que acontece, claro.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Vai e volta

Ele tinha planejado tudo o que faria naquele domingo, acordaria de manhã, arrumaria o cabelo rebelde, colocaria qualquer roupa e desceria na padaria tentar pegar algum pão fresco e uma mortadela ainda não passada da validade, depois retornaria para casa e iria tomar seu café antes do futebol de praxe. Não foi bem assim, começou atrasando quarenta minutos e só conseguiu pegar uma bengala amanhecida e um pote de margarina, indo pra casa, pisou numa defecação de um bicho qualquer, escorregou e torceu o tornozelo, e claro, se lambuzou todo. No caminho para o hospital, a velha senhora de carona na mesma ambulância reclamava do forte odor, dizendo ser o cortiço próximo a praça que ficava na avenida principal e era cortada pela paralela que passava pela esquina do açougue onde a carne era de péssima qualidade e os funcionários uns safados que olhavam para sua neta com maus olhos. E la se foi Eurico, com a velha fofoqueira e um motorista maluco que nem sequer parava nas lombadas. Chegando ao pronto socorro se deparou com Roberval, o vizinho charlatão que roubava seu chuchus que teimavam em pular a cerca, assim como ele, que já estava na quinta ou sexta esposa, enfim, pulando a parte do Roberval, já que nem conversavam. Ele fez os exames e foi uma contusão médio grave, teria de ficar por volta de quinze ou vinte dias em repouso. Voltou para casa, deitou, pegou o controle da televisão e passava apenas programas religiosos ou de pesca, afinal, era domingo, resolveu descer na padaria, comprar porcarias e se entupir. No caminho, la estava a defecação um pouco remexida ...

Perdão e contradição

Embora sem perdão aparente, ou qualquer tipo de menção sobre o assunto, eu me recordo do dia em que fui feliz ao teu lado. Você me olha, como se fosse eu o culpado de tudo, eu quem derramou o leite e sem remédio joguei agua e foi-se tudo para o ralo. Costumo refinar o meu olfato com seu cheiro, o paladar lembrando dos teus beijos e o tato sobre seus cabelos recém lavados e com cheiro de lavanda. Aqueles dias bem vividos, sem mal pressagio, apenas com sua imagem pairando sobre a alegria imensurável que eu tentava conter e não transparecer idiotia. Mas fora-se o tempo em que tudo eram flores, fora-se o tempo em que nadáva-mos em mares de rosas, dessas rosas só sobraram o vermelho, que vejo no sangue que escorre junto as minhas lágrimas pelo seu olhar de desforra e contradição.

(escrito em poucos minutos para uma competição com Duda Natoli.)