segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Vai e volta

Ele tinha planejado tudo o que faria naquele domingo, acordaria de manhã, arrumaria o cabelo rebelde, colocaria qualquer roupa e desceria na padaria tentar pegar algum pão fresco e uma mortadela ainda não passada da validade, depois retornaria para casa e iria tomar seu café antes do futebol de praxe. Não foi bem assim, começou atrasando quarenta minutos e só conseguiu pegar uma bengala amanhecida e um pote de margarina, indo pra casa, pisou numa defecação de um bicho qualquer, escorregou e torceu o tornozelo, e claro, se lambuzou todo. No caminho para o hospital, a velha senhora de carona na mesma ambulância reclamava do forte odor, dizendo ser o cortiço próximo a praça que ficava na avenida principal e era cortada pela paralela que passava pela esquina do açougue onde a carne era de péssima qualidade e os funcionários uns safados que olhavam para sua neta com maus olhos. E la se foi Eurico, com a velha fofoqueira e um motorista maluco que nem sequer parava nas lombadas. Chegando ao pronto socorro se deparou com Roberval, o vizinho charlatão que roubava seu chuchus que teimavam em pular a cerca, assim como ele, que já estava na quinta ou sexta esposa, enfim, pulando a parte do Roberval, já que nem conversavam. Ele fez os exames e foi uma contusão médio grave, teria de ficar por volta de quinze ou vinte dias em repouso. Voltou para casa, deitou, pegou o controle da televisão e passava apenas programas religiosos ou de pesca, afinal, era domingo, resolveu descer na padaria, comprar porcarias e se entupir. No caminho, la estava a defecação um pouco remexida ...

Nenhum comentário:

Postar um comentário